A imagem é clara na mente de muitas pessoas: toneladas de lixo eletrônico chegando aos galpões, sendo desmontadas e transformadas em matérias-primas valiosas, vendidas a bons preços, gerando lucro e sustentando o próprio ciclo.
Mas essa imagem é, em grande parte, uma ilusão.
A realidade do mercado de reciclagem, especialmente quando falamos de lixo eletrônico, é dura, cara e muito diferente da narrativa de “negócio lucrativo” que circula por aí.
E a Ecobraz, como maior ONG do mundo dedicada à reciclagem de eletrônicos e à inclusão digital, conhece essa realidade de perto.
Vamos pegar como exemplo uma coleta padrão que realizamos.
Recebemos o chamado de uma empresa que quer se desfazer de 500 kg de equipamentos obsoletos. Para o cliente, o trabalho é simples: ele agenda, e nós aparecemos para recolher.
Mas por trás desse “simples” há um verdadeiro quebra-cabeça logístico e financeiro:
Deslocamento – É preciso deslocar caminhão, motorista e equipe até o local. Isso significa combustível, manutenção, seguro, pedágios e horas de trabalho.
Carregamento – Os materiais nem sempre estão prontos para retirada. Muitas vezes, estão espalhados, empilhados de forma irregular, ou exigem desmontagem prévia no local.
Transporte seguro – Não estamos levando caixas de papelão. Estamos transportando equipamentos pesados, frágeis e muitas vezes com resíduos perigosos.
Recebimento na central – Cada item é pesado, registrado e encaminhado para o setor de desmontagem.
Desmontagem e separação – Aqui entram técnicos especializados que retiram placas, memórias, HDs, fontes, cabos e plásticos. Cada material segue para um destino específico.
Destinação de resíduos perigosos – Tubos de raios catódicos, baterias de lítio e outros componentes não podem simplesmente ser jogados fora. O tratamento é caro e exige empresas licenciadas.
Venda de matérias-primas – Só agora, depois de todo esse processo, conseguimos vender as partes recicláveis. Mas o preço de mercado é volátil e, na maioria dos casos, insuficiente para cobrir os custos que tivemos.
Resultado? Na maior parte das vezes, fechamos no prejuízo.
Esse é um dos maiores obstáculos para mantermos o apoio financeiro que precisamos.
Existe a crença de que o próprio material “se paga” e que ONGs como a Ecobraz estão navegando em lucro. Isso afasta potenciais doadores, que pensam: “Pra que vou ajudar, se eles ganham com o lixo?”.
A verdade é que, sem o apoio de doadores conscientes, simplesmente não conseguiríamos manter a operação.
Não há mágica. Não há lucro fácil. Há trabalho árduo, custos altos e um propósito que vai muito além de qualquer valor de mercado: proteger o meio ambiente e transformar vidas.
Cada computador, impressora ou televisão que reciclamos evita a contaminação do solo e da água por metais pesados e substâncias tóxicas. Evita que toneladas de plástico e metais sejam desperdiçadas e que mais recursos naturais sejam extraídos para fabricar novos produtos.
Isso significa menos mineração, menos poluição e menos destruição ambiental. É um impacto que não se mede apenas em números, mas também em saúde pública, qualidade de vida e futuro sustentável.
Além do impacto ambiental, nosso trabalho mantém vivo o Projeto Reciclando, que leva tecnologia para comunidades carentes.
Equipamentos reaproveitados, depois de revisados, são enviados para escolas comunitárias, ONGs locais e associações, criando centros de inclusão digital.
Ali, crianças que nunca tinham tocado em um computador aprendem a usar a internet, a digitar, a pesquisar, a criar. Jovens descobrem oportunidades de estudo e emprego que antes estavam fora do seu alcance. Adultos conseguem fazer cursos online, emitir documentos, participar da vida digital.
Essa transformação social é tão importante quanto a preservação ambiental — e ambas estão em risco se não tivermos apoio financeiro contínuo.
O cenário econômico é instável. Custos de transporte e energia sobem constantemente. O preço das matérias-primas recicladas cai ou oscila.
Isso nos deixa em uma corda bamba, na qual a diferença entre continuar e parar pode ser determinada por doações.
Quando você doa para a Ecobraz, está ajudando a pagar o combustível do próximo caminhão, o salário de um técnico que desmonta equipamentos, a taxa para descartar de forma correta um resíduo perigoso.
Você está garantindo que um equipamento reaproveitável não vá parar no lixo, e sim nas mãos de quem precisa.
É fácil pensar que “a minha doação é pequena demais para fazer diferença”. Mas, somada às de outras pessoas, ela mantém a Ecobraz funcionando.
Ela mantém a coleta ativa, as equipes operando, o Projeto Reciclando vivo, e toneladas de lixo eletrônico longe da natureza.
Não estamos pedindo caridade. Estamos pedindo parceria.
Se você acredita que o meio ambiente e a inclusão digital são causas pelas quais vale a pena lutar, então estamos do mesmo lado.
Hoje, você pode agir.
Acesse nossa página de doações, escolha um valor e ajude a manter viva a missão da Ecobraz.
O lixo não se recicla sozinho. E sem você, não conseguimos continuar.
Al elegir nuestros servicios, estás contribuyendo a un futuro más verde y limpio. Además, puede estar seguro de que sus residuos electrónicos serán eliminados adecuadamente, sin dañar el medio ambiente.
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